Cúmplice do dono da TelexFree apanhado com 20 milhões de dólares no colchão

Carlos Wanzeler da TelexFreeO cúmplice de Carlos Wanzeler, dono da fraude TelexFree, foi apanhado com 20 milhões de dólares escondidos no colchão. Polícia dos EUA revelou os detalhes!

A TelexFree é e sempre será um esquema em pirâmide. Por mais que as pessoas digam que não é, a Justiça do Brasil e a Justiça dos EUA provaram que é um esquema em pirâmide, criado pelo norte-americano James Merrill e o brasileiro Carlos Wanzeler.

Como em qualquer esquema em pirâmide,  o dinheiro dos novos participantes é usado para pagar aos antigos participantes, até não ser mais possível sustentar a base da pirâmide. No topo do esquema em pirâmide estavam os donos, mas também, familiares e amigos. O serviço VOIP era apenas uma fachada, pois não dava lucro e ninguém usava.

História da prisão do cúmplice Cléber Rocha

Com o colapso da TelexFree, a Justiça dos EUA mandou prender os donos do esquema em pirâmide, o norte-americano James Merrill e o Brasileiro Carlos Wanzeler.

James Merrill foi preso, mas o brasileiro Carlos Wanzeler fugiu do país. Pouco tempo depois, as autoridades dos Estados Unidos descobriram que foi até à fronteira do Canadá na bagageira de um carro e aí, apanhou um voo para o Brasil.

Tudo isso aconteceu em 2014!

Os burlões aproveitaram o facto que já se passaram mais de 2 anos, depois do fim da fraude TelexFree, para ir buscar o dinheiro escondido obtido ilegalmente no esquema em pirâmide.

A história desta vez começa com o sobrinho de Carlos Wanzeler, Leonardo Francisco. De acordo com a Segurança Interna dos Estados Unidos, o sobrinho era um recrutador ativo na TelexFree, ajudou Carlos Wanzeler a gerir o esquema e também participou na lavagem de dinheiro. Aparece em segundo lugar na lista de burlões da TelexFree.

De acordo com a declaração enviada pelo Agente Especial de Segurança Interna (SI), as autoridades norte-americanas trocam informações com a Polícia Federal do Brasil (PF) há algum tempo.

Por volta de agosto de 2015, a PF disse à SI que, como resultado dos dados conseguidos através do telemóvel pertencente a Carlos Wanzeler e outras informações, a PF descobriu que mais ou menos em outubro de 2014 Wanzeler enviou duas pessoas do Brasil para os EUA para buscar dinheiro e voltar ao Brasil (presumidamente dinheiro conseguido no esquema Ponzi TelexFree, que teve que deixar para trás quando fugiu em abril de 2014).

Uma dessas pessoas era Cléber Rene Rizerio Rocha.

Em meados de 2015, um cúmplice de Carlos Wanzeler contactou um indivíduo sobre a lavagem de dinheiro da TelexFree para fora dos EUA.

O cúmplice pediu ajuda para transferir uma grande quantidade de dinheiro ilegal dos EUA, lavando o dinheiro através de contas em Hong Kong, para mais tarde usar para comprar Reais e mover o dinheiro para o Brasil.

O indivíduo não estava a trabalhar para o governo dos EUA na época, mas começou a cooperar como testemunha do governo dos EUA.

Durante o mesmo mês, o indivíduo contactou o cúmplice dizendo-o que poderia ajudar a retirar o dinheiro dos EUA.

Após o contacto, a testemunha foi contactada pelo sobrinho de Wanzeler.

Em outubro de 2015, a testemunha encontrou-se no Brasil com o cúmplice e o sobrinho de Wanzeler, a quem o cúmplice chamada de seu “patrão”.

A testemunha falou na sua capacidade de transferir com segurança grandes quantidades de dinheiro a nível internacional.

O sobrinho de Wanzeler disse que teria que falar com o seu próprio patrão e depois daria uma resposta.

Os Agentes acreditam que o “patrão” do sobrinho de Wanzeler, é de facto o Carlos Wanzeler.

O Carlos Wanzeler queria lavar cerca de 40 milhões de dólares roubados usando a fraude TelexFree para fora dos EUA.

Nos meses seguintes a testemunha teve várias conversas com o cúmplice e o sobrinho de Wanzeler sobre retirar o dinheiro para fora dos Estados Unidos.

O cúmplice disse à testemunha que o dinheiro precisava de ser retirada porque a mulher de Wanzeler (ainda nos EUA) estava a pedir o divórcio e sabia onde estava guardado o dinheiro.

Em janeiro de 2016, o sobrinho de Wanzeler e a testemunha falaram sobre retirar o dinheiro dos EUA em incrementos de 1 milhão de dólares.

A testemunha e o sobrinho de Wanzeler continuaram a se comunicar depois de janeiro de 2016, usando primariamente mensagens encriptadas.

Falavam no dinheiro que deveria ser lavado fora do país como “bifes”.

Em fevereiro o sobrinho de Wanzeler telefonou a cancelar os planos de lavar o dinheiro. Os planos subsequentes já preparados também foram cancelados durante a primeira metade de 2016.

Entretanto o sobrinho de Wanzeler encontrou dois irmãos para entregar o dinheiro dos EUA para o Brasil.

Um desses irmãos era o Cléber Rene Rizerio Rocha.

Depois de vários atrasos e cancelamentos durante a segunda metade de 2016, eventualmente o mês de janeiro de 2017 seria a data acordada.

No fim de dezembro de 2016, o sobrinho de Wanzeler contactou a testemunha para arranjar outra tentativa de entregar o dinheiro à testemunha para transferir para fora dos Estados Unidos.

Na última semana de dezembro de 2016, o sobrinho de Wanzeler disse à testemunha que o encontro iria ter lugar no Restaurante 99 em Hudson, Massachusetts.

Por volta de 31 de dezembro de 2016, os Agentes foram alertados que Rocha tinha entrado nos EUA, através do aeroporto JFK em Nova Iorque.

Na sua chegada aos Estados Unidos, disse à Imigração que estava a visitar Nova Iorque durante uma semana para a sua lua de mel.

A 3 de janeiro de 2017, o sobrinho de Wanzeler também disse que o homem com quem a testemunha iria se encontrar usava o nome “Pete” e estava com um casaco vermelho.

A testemunha iria usar o nome de “John” e tinha consigo um boné branco.

A testemunha iria se encontrar primeiro com “Pete” num bar restaurante, depois do qual iriam transferir o dinheiro do carro de “Pete” para o da testemunha.

A testemunha nunca teve contacto direto com “Pete”. Todas as comunicações realizaram-se diretamente com o sobrinho de Wanzeler, que agiu como a ligação entre as duas partes.

O encontro foi agendado para a tarde de 4 de janeiro de 2017.

Antes dessa hora, a testemunha e o sobrinho de Wanzeler acordaram que a testemunha iria estar a conduzir um Lexus branco, enquanto “Pete” estaria num jipe vermelho.

Antes da tarde, os agentes instalaram as escutas e o material de segurança no restaurante 99 em Hudson, em antecipação à chegada de “Pete”, incluindo a colocação de um agente à paisana na área do bar perto da testemunha.

A esta altura os agentes não sabiam quakl era a identidade de “Pete”, embora suspeitassem que “Pete” fosse Rocha e não saberiam qual seria a sua viatura.

Perto da tarde de 4 de janeiro de 2017, um jipe vermelho Nissan Pathfinder entrou no estacionamento do restaurante 99.

A esta altura, a testemunha ainda não tinha entrado no restaurante 99.

“Pete” fez vários gestos e sugeriu que se encontrassem do outro lado da rua, no estacionamento de um supermercado.

A esta altura, os agentes de vigilância, incluindo o agente à paisana no Lexus branco com a testemunha, identificaram “Pete” como Rocha.

A testemunha e o agente disfarçado, no seu veículo, seguiram Rocha para o outro lado da rua.

Assim que ambos os veículos estiveram lado a lado, Rocha tirou uma mala com rodas de tamanho médio da bagagem do jipe vermelho e transferiu para a bagagem do Lexus branco.

Durante a transferência, a testemunha perguntou Rocha o valor total e se Rocha tinha contado.

Rocha confirmou, dizendo que tinha contado e tinha um total de 2,2 milhões de dólares.

A testemunha perguntou Rocha se o dinheiro estava indo para o Brasil, ao qual Rocha disse que não sabia e que deveria perguntar ao sobrinho de Wanzeler.

Rocha depois entrou no jipe vermelho e foi-se embora.

Os agentes da Segurança Interna seguiram Rocha até a uma loja Walmart e depois a um complexo de apartamentos.

O que aconteceu depois é de particular interesse, dado que o cúmplice antes tinha afirmado que Katia Wanzeler tinha entrado com os papéis para o divórcio.

Pouco tempo depois, Rocha saiu do complexo de apartamentos e conduziu até outro restaurante 99 com uma mulher.

Os Agentes a vigiar o restaurante depois viram um jipe vermelho Hummer a chegar.

O registo do jipe mostrou que era de Carlos Wanzeler.

Uma mulher com as caraterísticas da mulher de Wanzeler, Katia Wanzeler, saiu do jipe e entrou no restaurante.

O agente posicionado no restaurante viu a mulher com Rocha a dar uma bolsa a Katia Wanzeler.

Katia Wanzeler depois saiu do restaurante e conduziu até ao banco local (St Mary Credit Union em Marlborough, Massachusetts).

No Banco, Katia Wanzeler entrou no banco com uma mulher não identificada e saiu 10 minutos depois.

Enquanto isso, o agente à paisana e a testemunha conduziram até a uma localização predefinida, onde a testemunha entregou a mala e o dispositivo de gravação aos agentes.

Ao fim do dia, a testemunha enviou uma mensagem ao sobrinho de Wanzeler, pedindo que o sobrinho telefonasse para a testemunha para falar sobre o dinheiro que a testemunha recebeu.

O sobrinho de Wanzeler respondeu que não sabia sobre o que a testemunha estava falando.

Pouco tempo depois, contudo, o sobrinho de Wanzeler telefonou para a testemunha.

O sobrinho de Wanzeler perguntou porque é que a testemunha queria falar. A testemunha disse que queria confirmar o montante.

O sobrinho de Wanzeler disse que a testemunha deveria ter 2200 “bifes de churrasco”-

A testemunha pediu clarificação, pedindo se o sobrinho de Wanzeler queria dizer “2,200,000” em resposta a chamada do sobrinho foi desligada.

Os agentes do SI continuaram a seguir Rocha, até terem prendido por volta das 4 da tarde no dia 4 de janeiro de 2017.

Rocha foi preso na Best Buy Shoppers World Plaza em Natick, Massachusetts.

Depois da sua prisão, com a ajuda de um agente fluente em português, foram lidos os direitos Miranda a Rocha, que ele renunciou.

Rocha admitiu a sua posição nesta operação, dizendo aos agentes que tinha viajado para os EUA para facilitar a transferência de dinheiro da parte de Carlos Wanzeler e do seu sobrinho.

Mais tarde, à noite, os agentes procuraram o apartamento que Rocha tinha estado em Westborough, Massachusetts algumas horas antes.

Os agentes encontraram uma grande quantidade de dinheiro escondida no colchão.

Rocha disse aos agentes que tinha um total de 20 milhões de dólares, um valor que os agentes ainda estão a confirmar.

Quando os burlões pensavam que estavam seguros ou que tudo iria correr bem, acabou por acontecer o contrário e foram apanhados. Este acontecimento é positivo para as vítimas da TelexFree, não só porque o cúmplice do dono foi apanhado, mas também, porque a Justiça conseguiu recuperar dinheiro de quem entrou na fraude.

O que vai acontecer ao cúmplice da TelexFree?

O brasileiro Cléber Rene Rizério Rocha, de 28 anos, preso nos EUA e acusado de esconder cerca de US$ 20 milhões sob um colchão no seu apartamento, pode levar até 20 anos de cadeia e ser multado até US$ 250 mil, segundo a imprensa americana.

Cléber é acusado de conspiração para cometer lavagem de dinheiro em caso ligado à investigação TelexFree. Ele foi preso em Westborough, no estado de Massachusetts, nesta quinta-feira (5 de janeiro).

Cúmplice da TelexFree preso nos EUA, Cléber Rene Rizério Rocha

Antes do cúmplice da TelexFree apagar o seu perfil no Facebook, o site tenhodividas.com conseguiu guardar a foto do brasileiro que estava ajudando a lavar dinheiro da fraude.

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