MPF Diz que BBOM Não Cumpriu Acordo para Devolver Dinheiro

BBOM suspeita de Pirâmide FinanceiraO portal G1 da Globo publicou uma notícia, onde fala do processo do Ministério Público Federal contra a BBOM. Tem cuidado porque é um negócio duvidoso!

Segundo a notícia do G1, a troca de advogados da empresa atrasou o processo, onde o Grupo é investigado desde 2013 por suspeita de pirâmide financeira.

Após várias trocas de advogados, o Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) desistiu do acordo com a BBOM. O objetivo do documento era o de assegurar que os valores investidos fossem devolvidos de forma integral a milhares de pessoas. Mas, segundo as afirmações da procuradora Mariane Mello de Oliveira, a empresa tumultuou o processo, trocando os advogados e fazendo com que as negociações atrasassem e o procedimento fosse inviabilizado.

“Para fazermos um acordo, é imprescindível a confiança na parte que se propõe a ajudar. Infelizmente, a BBom dificultou um processo e não demonstrou vontade em solucionar o problema”, afirmou a procuradora ao G1.

O acordo tinha sido assinado pelo MPF, a Embrasystem, a detentora da marca BBOM, e o empresário João Francisco de Paulo a 27 de outubro de 2015. No documento, a empresa reconhecia a irregularidade das atividades praticadas e colocou-se à disposição para negociar com o MPF, de forma a ressarcir as pessoas que perderam dinheiro.

De acordo com as declarações do empresário João Francisco ao G1, o grupo não aceitou o acordo com o MPF:

Estavam induzindo a confissão de um crime que nunca cometemos.

Atualmente, segundo a procuradora, a justiça tem cerca de R$ 350 milhões, além de vários bens da empresa. Isso é uma boa notícia, para que as vítimas recuperem o dinheiro investido mas, muito provavelmente, esse valor poderá nem cobrir o valor integral investido, como é comum nos esquemas em pirâmide.

O mundo do marketing multinível nunca vai ser visto como uma indústria séria, porque existe sempre um ou mais negócios em forma de pirâmide financeira que dizem ser MMN. Para mim, a BBom e a sua sucessora, a BBom+ é mais um desses negócios duvidosos.

Negociações entre MPF e BBOM fracassaram

A principal razão porque as negociações entre o MPF e a BBOM, foi a troca constante de advogados que estavam tratando da decisão com o MPF. No total, trocaram por cinco vezes consecutivas, dando cabo das negociações.

“Este comportamento impede que a negociação avance, por exemplo, na obtenção da lista de pessoas que investiram na empresa, impedindo que a devolução do dinheiro se concretize”, afirma a procuradora ao G1.

Para Mariane Mello, o processo de devolução de valores ás vítimas é um processo longo e só funcionaria com a ajuda da empresa. Mas, houve maldade do outro lado.

“Para que este acordo fosse cumprido, precisamos da boa vontade da empresa, o que não aconteceu. Muito pelo contrário, a BBom submeteu este acordo a consecutivos entraves”, disse Mariane Mello.

De acordo com a promotora, esta prática de troca de advogados nas ações judiciais em andamento, é feita com o objetivo de atrasar o andamento dos processos.

Página da BBOM, onde supostamente vendia os geolocalizadores.

Página da BBOM, onde supostamente vendia os geolocalizadores.

Pelos vistos o acordo era uma opção favorável tanto para a empresa, quanto para as vítimas, que seriam ressarcidas em menos tempo. No acordo firmado entre o MPF e a BBOM, ficou determinado a devolução do dinheiro aos investidores e, caso sobrasse algum valor, a empresa ficaria com 15% e os outros 85% seriam investidos numa instituição de caridade.

“Na verdade, a desistência do acordo não foi do MPF, mas da empresa que não demonstrou vontade em solucionar o problema. Diante disso, a BBom pode ser, no final da ação, submetida a punições mais fortes, como já vimos em casos semelhantes de pirâmide financeira”, considerou a promotora.

Porque a BBOM é uma pirâmide financeira?

De acordo com a Justiça do Brasil, o produto que supostamente “sustentaria” o negócio da BBOM era um geolocalizador de veículos. Como noutros casos de pirâmide financeira, isso era a “isca” para recrutar novos afiliados. O mesmo aconteceu na Geteasy!

No esquema, os integrantes eram remunerados pela indicação de novos participantes no negócio, sem levar em consideração a quantia gerada pela venda dos produtos. Isso caracteriza o esquema de pirâmide financeira.

Os interessados participavam mediante o pagamento de uma taxa, no valor de R$ 60, mais uma taxa de adesão, que variava de R$ 600 a R$ 3 mil, de acordo com o pacote de participação no esquema em pirâmide escolhido. Depois disso, a pessoa era obrigada a recrutar novos associados e pagar uma taxa mensal no valor de R$ 79,90, pelo prazo de 36 meses. Quanto maior o número de novos integrantes, maior seria os ganhos. Não era preciso vender geolocalizadores.

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