Cabecilhas da GetEasy Presos em Espanha

Operação GetEasy da Polícia de EspanhaOperação GETEASY da Polícia de Espanha desmantelou fraude disfarçada de Marketing Multinível. Vários cúmplices foram presos!

O ano de 2016 está a ser fantástico para o mundo das pirâmides multinível. Esta é a prova como, mesmo depois do colapso da pirâmide e desaparecimento do dinheiro, ainda existe justiça. Depois de ser conhecido o nome dos TOP burlões na TelexFree, que vão ter que devolver o dinheiro ganho, agora foi a vez de serem detidas em Espanha várias pessoas ligadas à fraude GetEasy.

De acordo com o diário El Confidencial, o Grupo de Delitos Económicos da Guardia Civil de Madrid realizou uma operação grande alcance em janeiro de 2016, contra um grupo de empresários que supostamente defraudou milhares de pessoas com o esquema em pirâmide GetEasy. Foram realizadas várias detenções e enviado para a prisão alguns dos cúmplices.

Detalhes da Operação Fraude GETEASY em Espanha

A GetEasy foi criada em agosto de 2013 em Macau, para ter acesso a vários benefícios fiscais e esconder a verdadeira atividade ilícita da empresa, porque a sua operação real era realizada em Portugal, Espanha e Brasil. Usavam múltiplas empresas fanstamas para movimentar fundos e parecer que havia um negócio real, um negócio de marketing multinível.

Depois de muitos meses de investigação da Guardia Civil com a ajuda de denúncias de várias vítimas, foi levada a cabo uma operação dirigida pelo menos a três edifícios de Madrid e Coslada para prender, entre outros, Ángel Francisco Martín Moreno, Mónica Isabel Palma Sellés e Alberto Rodríguez Alonso.

As detenções foram todas filmadas pela Guardia Civil, tendo lugar no número 123 del Paseo de la Castellana, 8º B y en Plaza de Colón, 2, Torre 1, planta 19ª da capital de Espanha. Além disso, as forças de segurança também fizeram uma visita a um escritório situado na Avenida de la Constitución número 35 de Coslada, onde prenderam Alberto Rodríguez Alonso.

Aos três acima mencionados, administradores de mais de 100 sociedades, são acusados de supostamente criar empresas fachada para terceiros.

GetEasy começou a operar em Espanha com o sonho de ganhar dinheiro rápido e fácil mediante a compra de produtos que depois eram alugados a terceiros.

Ángel Francisco Martín Moreno é o administrador da Ingenia International Trading, uma empresa de fachada que forma parte da rede de empresas GetEasy. Este grupo de empresas, propriedade de uns investidores portugueses, já tinha sido perseguido no Brasil por atividade ilícita similar. Posteriormente, implementaram as suas atividades de esquema em pirâmide em Portugal, onde a justiça nada faz para fechar este tipo de esquemas. Até o Banco de Portugal avisou publicamente que a GetEasy e os seus cúmplices Tiago Fontoura Miranda, Edgar Alberto Velosa Fontoura, Pedro Manuel Duarte Mira Godinho e Antonio Loios não estavam autorizados como pessoas físicas, nem como administradores de empresas para “levar a cabo atividades financeiras sujeitas à supervisão do Banco de Portugal“.

“Vendiam” o sonho de ganhar dinheiro rápido e fácil mediante a compra de uns produtos que depois eram alugados a terceiros. É o método conhecido como “comotado”, que consiste em que os clientes compravam um pacote de participação de alguns produtos comercializados pela empresa, recebiam uma amostra e a GetEasy ficava com o resto para rentabilizar. Mas, de acordo com a informação disponível nunca houve um negócio de comodato, era um disfarce de todo o esquema em pirâmide.

Pacote de Participação gettracker no esquema em pirâmide GetEasy

Pacote de Participação gettracker no esquema em pirâmide GetEasy

Pacote de Participação getmusic no esquema em pirâmide GetEasy

Pacote de Participação getmusic no esquema em pirâmide GetEasy

Os supostos parceiros eram a TachoEasy Iberia, com uma linha de geolocalizadores para carros, objetos e animais, chamada GetTracker; a Tellus Master, responsável por luzes led de baixo consumo e a Pleimo, com uma plataforma musical que fazia parte do pacote GetMusic. Algumas delas emitiram comunicados a informar que se desentenderam-se!

O mais chamativo da GetEasy era que os participantes não tinham que fazer praticamente nada: nem vender o produto aos seus familiares ou amigos, nem fazer rede e nem usar os produtos. Tratava-se de comprar algo que outro alugava em nome do cliente e dava parte dos lucros. Por exemplo, o Gettracker era o produto que esta fraude multinível anunciava ter milhões de euros em contratos com grandes empresas, mas nunca forneceu esses geolocalizadores que anunciou.

Bónus de incentivo para participar no esquema em pirâmide. Bónus serviu para duplicar a entrada de novos membros.

Bónus de incentivo para participar no esquema em pirâmide. Bónus serviu para duplicar a entrada de novos membros.

O funcionamento do esquema em pirâmide GetEasy era o seguinte:

  1. O afiliado comprava um ou mais pacotes do “produtos”, por um valor entre os 360 e 3.200 euros.
  2. Todos os meses recebia o retorno prometido no backoffice, além de uma sério de incentivos e bónus. No quarto mês já tinha recuperado o investimento inicial, momento a partir do qual começaria a receber os lucros até completar 12 meses de contrato.
  3. Para manter o esquema em funcionamento e incentivar o seu crescimento, o dinheiro de novos participantes foi usado para pagar aos antigos participantes. Para incentivar o recrutamento nas novas contas incluíam um bónus incentivo que aumentava ainda os ganhos. Quem recrutasse mais gente, ganhava mais.
  4. Quando a entrada de novos participantes diminuiu, o esquema deixou de pagar e eventualmente esta fraude multinível colapsou.
  5. Para desviar atenções e evitar processos em todo o mundo, com o colapso da GetEasy criaram a iGetmania. Com o fracasso imediato da iGetmania, Tiago Fontoura criou a Go2UP e António Loios a VIC. O incentivo para as vítimas não denunciarem os burlões, foi a promessa de recuperar o dinheiro – que nunca aconteceu.

Entre os principais implicados também está Michael Herzog, presidente do Grupo IFC LTD, outra empresa fantasma que supostamente ia dar suporte económico à GetEasy e à iGetmania, a empresa criada pelos investidores portugueses para continuar com a atividade ilícita depois da primeira colapsar. Asseguravam que tinham um Banco nos Emirados Árabes Unidos – o Emirates Malaysian Investment Bank – para garantir toda a operação. Veio-se a confirmar ser tudo mentira!

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